domingo, 23 de fevereiro de 2014

          A Educação da pessoa com surdez no contexto escolarizado



      A educação da pessoa com surdez apresenta-se em um panorama histórico de exclusão e sofrimentos. De acordo com as pesquisas da estudiosa Lorena Kozlowski, a trajetória histórica da pessoa surda na sociedade corresponde a um “pêndulo oral versus gestual”.
Damázio comenta em seu artigo “Educação Escolar da Pessoa com Surdez: uma rápida contextualização histórica”, que antes do final da idade média, o filósofo Aristóteles afirmava que a linguagem era o fenômeno que dava ao ser a condição de humano e sendo assim, o desenvolvimento da inteligência estava condicionada a presença da linguagem. Dessa forma, segundo esta afirmação, a pessoa com surdez não era humana e de acordo com DAMAZIO, “as pessoas com surdez eram consideradas como incapazes de gerenciar seus atos”, Sendo excluída da sociedade, e tirados, os direitos a educação e outros benefícios sociais.
          A Idade Moderna muda essa realidade por meio do monge beneditino Pedro Ponce de Leon (1510- 1584) que ensinava pessoas com surdez, filhos de famílias abastadas economicamente, a falar, ler, escrever e rezar. Gerolamo Cardamo deu nesse momento histórico, o impulso inicial às pessoas com surdez. Ele afirmava que essas pessoas tinham capacidades de aprender a ler e escrever; e a surdez não aliterava a inteligência dessas pessoas.
                No texto: A proposta bilíngüe de educação do surdo, Lorena Kozlowski amplia olhares, tecendo propostas de inclusão da pessoa com surdez nas diversas ambiências escolares e demais contextos de socialização, e como informa essa estudiosa à proposta do bilinguismo “surgiu no final da década de 70.” Ainda conforme pesquisas dessa estudiosa no texto em estudo:

A Proposta Bilíngue não privilegia um língua, mas quer dar direito e condições ao individuo surdo de poder utilizar duas línguas; portanto, não se trata de negação, mas de respeito; o individuo escolherá a língua que irá utilizar em cada situação lingüística em que se encontrar.

                 Assim, o bilinguismo não dá preferência a uma língua isolada, mas promove a liberdade à pessoa em pauta da utilização de duas línguas, e a escolha de qual utilizar em determinado contexto. Kozlowsk afirma que “esta situação bilíngue ocorre pela presença da língua da comunidade ouvinte: a língua oral/escrita, e a língua da comunidade surda: a língua de sinais”.
              Outras pesquisas no campo da educação da pessoa com surdez, pautada por (Drasgow,1993 apud Kozlowski), informam que os estudos atuais “mostram a tendência para a educação bilíngue/bicultural da criança surda, na qual a língua de sinais é considerada a primeira língua da criança surda e a língua oral a segunda língua”.
               A pessoa com surdez, no caso do bilinguismo passa da deficiência, como foi vista durante anos, com um diagnóstico de doença, para a diferença. Dessa forma, suas habilidades são potencializadas e desenvolvidas com reconhecimento e respeito aos direitos de expressão lingüística. Essas pessoas deparam com diversos obstáculos para serem incluídas na educação escolar, devido a essa limitação sensorial de cunho auditivo. Diante desse desenho social brasileiro, as escolas não estão estruturadas para receber as diferenças e DAMÁZIO afirma que “Muitos alunos com surdez podem ser prejudicados pela falta de estímulos adequados ao seu potencial cognitivo, sócio-afetivo, lingüístico e político-cultural e ter perdas consideráveis no desenvolvimento da aprendizagem, ficando aquém dos demais colegas de escola”. Ainda nas palavras de DAMAZIO em seu artigo Educação Escolar Inclusiva para Pessoas com Surdez na Escola Comum Questões Polêmicas e Avanços Contemporâneos: apesar de estudos e pesquisas desenvolvidas no mundo, as escolas “não contemplam o fazer educativo escolar na verdadeira dimensão inclusiva”. Neste ponto é de suma importância que se faça uma reflexão acerca da dificuldade de inclusão da pessoa surda na sociedade. Ora se observarmos a configuração da sociedade ocidental, veremos que há um binômio de desigualdades sociais, gerando por sua vez, relações de poder e nesse caso, de acordo com esse padrão social, as relações entre as pessoas surdas e as pessoas ouvintes são assimétricas, estando os privilégios e direitos sociais reservados aos ouvintes.
               A educação pode mudar essa realidade por meio de diversos recursos, informando a essas pessoas, acerca dos seus direitos, prerrogativas e liberdade em prol do acesso e permanência social.

A Educação da Pessoa com Surdez no contexto escolarizado

A Educação da pessoa com surdez no contexto escolarizado



     A educação da pessoa com surdez apresenta-se em um panorama histórico de exclusão e sofrimentos. De acordo com as pesquisas da estudiosa Lorena Kozlowski, a trajetória histórica da pessoa surda na sciedade corresponde a um “pêndulo oral versus gestual”.
               Damázio comenta em seu artigo “Educação Escolar da Pessoa com Surdez: uma rápida contextualização histórica”, que antes do final da idade média, o filósofo Aristóteles afirmava que a linguagem era o fenômeno que dava ao ser a condição de humano e sendo assim, o desenvolvimento da inteligência estava condicionada a presença da linguagem. Dessa forma, segundo esta afirmação, a pessoa com surdez não era humana e de acordo com DAMAZIO, “as pessoas com surdez eram consideradas como incapazes de gerenciar seus atos”, Sendo excluída da sociedade, e tirados, os direitos a educação e outros benefícios sociais.
A Idade Moderna muda essa realidade por meio do monge beneditino Pedro Ponce de Leon (1510- 1584) que ensinava pessoas com surdez, filhos de famílias abastadas economicamente, a falar, ler, escrever e rezar. Gerolamo Cardamo deu nesse momento histórico, o impulso inicial às pessoas com surdez. Ele afirmava que essas pessoas tinham capacidades de aprender a ler e escrever; e a surdez não aliterava a inteligência dessas pessoas.
                  No texto: A proposta bilíngüe de educação do surdo, Lorena Kozlowski amplia olhares, tecendo propostas de inclusão da pessoa com surdez nas diversas ambiências escolares e demais contextos de socialização, e como informa essa estudiosa à proposta do bilinguismo “surgiu no final da década de 70.” Ainda conforme pesquisas dessa estudiosa no texto em estudo:

A Proposta Bilíngue não privilegia um língua, mas quer dar direito e condições ao individuo surdo de poder utilizar duas línguas; portanto, não se trata de negação, mas de respeito; o individuo escolherá a língua que irá utilizar em cada situação lingüística em que se encontrar.

 Assim, o bilinguismo não dá preferência a uma língua isolada, mas promove a liberdade à pessoa em pauta da utilização de duas línguas, e a escolha de qual utilizar em determinado contexto. Kozlowsk afirma que “esta situação bilíngue ocorre pela presença da língua da comunidade ouvinte: a língua oral/escrita, e a língua da comunidade surda: a língua de sinais”.
              Outras pesquisas no campo da educação da pessoa com surdez, pautada por (Drasgow,1993 apud Kozlowski), informam que os estudos atuais “mostram a tendência para a educação bilíngue/bicultural da criança surda, na qual a língua de sinais é considerada a primeira língua da criança surda e a língua oral a segunda língua”.
        A pessoa com surdez, no caso do bilinguismo passa da deficiência, como foi vista durante anos, com um diagnóstico de doença, para a diferença. Dessa forma, suas habilidades são potencializadas e desenvolvidas com reconhecimento e respeito aos direitos de expressão lingüística. Essas pessoas deparam com diversos obstáculos para serem incluídas na educação escolar, devido a essa limitação sensorial de cunho auditivo. Diante desse desenho social brasileiro, as escolas não estão estruturadas para receber as diferenças e DAMÁZIO afirma que “Muitos alunos com surdez podem ser prejudicados pela falta de estímulos adequados ao seu potencial cognitivo, sócio-afetivo, lingüístico e político-cultural e ter perdas consideráveis no desenvolvimento da aprendizagem, ficando aquém dos demais colegas de escola”. Ainda nas palavras de DAMAZIO em seu artigo Educação Escolar Inclusiva para Pessoas com Surdez na Escola Comum Questões Polêmicas e Avanços Contemporâneos: apesar de estudos e pesquisas desenvolvidas no mundo, as escolas “não contemplam o fazer educativo escolar na verdadeira dimensão inclusiva”. Neste ponto é de suma importância que se faça uma reflexão acerca da dificuldade de inclusão da pessoa surda na sociedade. Ora se observarmos a configuração da sociedade ocidental, veremos que há um binômio de desigualdades sociais, gerando por sua vez, relações de poder e nesse caso, de acordo com esse padrão social, as relações entre as pessoas surdas e as pessoas ouvintes são assimétricas, estando os privilégios e direitos sociais reservados aos ouvintes.
              A educação pode mudar essa realidade por meio de diversos recursos, informando a essas pessoas, acerca dos seus direitos, prerrogativas e liberdade em prol do acesso e permanência social.


A educação da pessoa com surdez no contexto escolarizado