quinta-feira, 23 de maio de 2013

As conquistas e dificuldades em ser um aluno a distância.



Produção colaborativa: A interdisciplinaridade a serviço da construção do sujeito numa proposta da modalidade de educação à distância


Nome: Dina Maria Vital Ávila
Munícipio: Maceió
Data: 26-04. 2013

          Citar a educação contemporânea e suas estratégias na obtenção de seu objetivo, o de formar sujeitos críticos a serviço de uma sociedade justa e igualitária, significa pensar em modalidades de aquisição do conhecimento que ampliem os olhares dos sujeitos para a assimilação de leitura de mundo, numa dimensão crítica, pensada, discutida e refletida, acerca da configuração do sistema em que estamos imersos.
          Pensar em leitura num formato de assimilação crítica de conteúdos propostos demanda tempo, espaço e disponibilidade. Demanda também salários justos que gratifiquem o sujeito, oferecendo condições humanas que o faça pensar, sentir e refletir acerca do que está sendo posto para estudo e perguntar. Como informa o filósofo francês Gilbert Lascault:

[...] No ler a lição não se buscam respostas. O que se
busca é a pergunta à qual os textos respondem. Ou
melhor, a pergunta que os textos abrigam no seu
interior, ao tentar respondê-la: a pergunta pela qual os
textos se fazem responsáveis. Por isso a única resposta
que se pode buscar na leitura é a responsabilidade pela
pergunta. Se ler em comum é uma correspondência no
texto, essa correspondência só pode ser co-
responsabilidade na pergunta pela qual o texto já é o
primeiro responsável.

O formato e modalidade de educação à distância preenchem as perspectivas relacionadas ao espaço e tempo disponíveis tornando acessível o que a proposta do curso remete e de acordo com José Manuel Moran em seu texto: O que é um bom curso à distância?

                                 Um bom curso depende, finalmente, de ambientes ricos de aprendizagem, de ter uma boa infra estrutura física: salas, tecnologias, bibliotecas... A aprendizagem não se faz só na sala de aula, mas nos inúmeros espaços de encontro, de pesquisa e produção que as grandes instituições propiciam aos seus professores e alunos.

                              Concordo com este estudioso quando afirma que a aprendizagem não se faz só em sala de aula, e a modalidade de EAD nos conforta diante das possibilidades de aquisição do conhecimento na comodidade de não necessitar sair do aconchego domiciliar para adquirir o conhecimento, trocar ideias identificar culturas em favor de construções colaborativas. Porém, penso que diante do vislumbre dessa comodidade, desse conforto de aquisição do saber, podemos paralisar em relação à busca de saber a serviço do que está proposto esse conforto. Será que não seria melhor se pensássemos uma EAD sem tanto cansaço e esgotamento físico e mental que a labuta diária do(a) professor(a) deixa no final de cada dia?
                           Para dar conta das lições que o curso propõe, se quisermos estudar e adquirir o conhecimento, ficamos até altas horas da noite, perdendo horas de sono no conforto que a família trás. E a dimensão afetiva desse sujeito, será alimentada quando este fica diante de uma tela, quase caindo de sono até altas horas da noite e no dia seguinte, ou no mesmo dia, tem que levantar para o ofício diário?
                             Bom, penso que o que subjaz propostas como estas, advindas, sei lá, do topo da pirâmide da hierarquia do poder, tal como um presente como este, ou seja, uma especialização gratuita na área do próprio trabalho, na comodidade do lar, tem algo mais a ser refletido. Será que esta proposta não mantem um sistema de desigualdades que está posto, onde as minorias indenitárias como idoso(a)s, crianças, homossexuais, mulheres, dentre outras identidades, necessitam de leis para terem o direito de ir e vir de forma respeitada?
Os te                  Os textos e artigos a serem trazidos para estudo nessa especialização, a meu ver, além de temáticas específicas, devem trazer reflexões deste tipo, pois o público a que se destina esse conhecimento, além de nós cursistas, é um público de pessoas (que recebem de forma indireta esse saber) com deficiências de aprendizagem, portanto com maiores dificuldades de apreender conhecimento, e que não são tão produtivos para a sociedade. Assim pode-se pensar. Será que os investimentos são realmente para resgatar essas pessoas dando autonomia para mudar a realidade ou para manter e aumentar a desigualdade social?
                           Postas as sugestões e amparada pela leitura dos textos propostos por esse módulo, espero ter contribuído com a formação de consciências criticas a serviço de um mundo igualitário e pacífico onde todo(a)s possam ir i vir enquanto cidadã(o)s.


2 comentários:

  1. Como me identifico com sua crítica. A inclusão efetiva dependem de pessoas como você. Parabéns

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  2. Dina,

    Ao visitar o seu blog, temos a vontade de passear nesse imenso campo verde... Ao comparar com a educação (presencial ou a distância) tais árvores desse campo poderá dar bons frutos ou secar, a depender das condições (solo e climáticas)... assim é a educação ou o futuro dos nossos educandos (especiais ou não)..

    Parabéns! Roseane Rapôso

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