Produção colaborativa: A interdisciplinaridade a serviço da construção do sujeito numa proposta da modalidade de educação à distância
Nome:
Dina
Maria Vital Ávila
Munícipio:
Maceió
Data:
26-04. 2013
Citar a educação contemporânea e suas estratégias na obtenção de seu
objetivo, o de formar sujeitos críticos a serviço de uma sociedade justa e
igualitária, significa pensar em modalidades de aquisição do conhecimento que
ampliem os olhares dos sujeitos para a assimilação de leitura de mundo, numa
dimensão crítica, pensada, discutida e refletida, acerca da configuração do
sistema em que estamos imersos.
Pensar em leitura num formato de assimilação crítica de conteúdos
propostos demanda tempo, espaço e disponibilidade. Demanda também salários
justos que gratifiquem o sujeito, oferecendo condições humanas que o faça
pensar, sentir e refletir acerca do que está sendo posto para estudo e perguntar.
Como informa o filósofo francês Gilbert Lascault:
[...]
No ler a lição não se buscam respostas. O que se
busca
é a pergunta à qual os textos respondem. Ou
melhor,
a pergunta que os textos abrigam no seu
interior,
ao tentar respondê-la: a pergunta pela qual os
textos
se fazem responsáveis. Por isso a única resposta
que
se pode buscar na leitura é a responsabilidade pela
pergunta.
Se ler em comum é uma correspondência no
texto,
essa correspondência só pode ser co-
responsabilidade
na pergunta pela qual o texto já é o
primeiro
responsável.
O formato e modalidade de educação à distância
preenchem as perspectivas relacionadas ao espaço e tempo disponíveis tornando acessível
o que a proposta do curso remete e de acordo com José Manuel Moran em seu texto:
O que é um bom curso à distância?
Um bom curso depende, finalmente, de
ambientes ricos de aprendizagem, de ter uma boa infra estrutura física: salas,
tecnologias, bibliotecas... A aprendizagem não se faz só na sala de aula, mas
nos inúmeros espaços de encontro, de pesquisa e produção
que as grandes instituições propiciam aos seus professores e alunos.
Concordo com este
estudioso quando afirma que a aprendizagem não se faz só em sala de aula, e a
modalidade de EAD nos conforta diante das possibilidades de aquisição do
conhecimento na comodidade de não necessitar sair do aconchego domiciliar para
adquirir o conhecimento, trocar ideias identificar culturas em favor de
construções colaborativas. Porém, penso que diante do vislumbre dessa
comodidade, desse conforto de aquisição do saber, podemos paralisar em relação à
busca de saber a serviço do que está proposto esse conforto. Será que não seria
melhor se pensássemos uma EAD sem tanto cansaço e esgotamento físico e mental
que a labuta diária do(a) professor(a) deixa no final de cada dia?
Para dar conta das lições
que o curso propõe, se quisermos estudar e adquirir o conhecimento, ficamos até
altas horas da noite, perdendo horas de sono no conforto que a família trás. E
a dimensão afetiva desse sujeito, será alimentada quando este fica diante de
uma tela, quase caindo de sono até altas horas da noite e no dia seguinte, ou
no mesmo dia, tem que levantar para o ofício diário?
Bom, penso que o
que subjaz propostas como estas, advindas, sei lá, do topo da pirâmide da
hierarquia do poder, tal como um presente como este, ou seja, uma
especialização gratuita na área do próprio trabalho, na comodidade do lar, tem
algo mais a ser refletido. Será que esta proposta não mantem um sistema de desigualdades
que está posto, onde as minorias indenitárias como idoso(a)s, crianças,
homossexuais, mulheres, dentre outras identidades, necessitam de leis para terem
o direito de ir e vir de forma respeitada?
Os te Os textos e artigos a serem
trazidos para estudo nessa especialização, a meu ver, além de temáticas
específicas, devem trazer reflexões deste tipo, pois o público a que se destina
esse conhecimento, além de nós cursistas, é um público de pessoas (que recebem
de forma indireta esse saber) com deficiências de aprendizagem, portanto com
maiores dificuldades de apreender conhecimento, e que não são tão produtivos
para a sociedade. Assim pode-se pensar. Será que os investimentos são realmente
para resgatar essas pessoas dando autonomia para mudar a realidade ou para
manter e aumentar a desigualdade social?
Postas as sugestões
e amparada pela leitura dos textos propostos por esse módulo, espero ter
contribuído com a formação de consciências criticas a serviço de um mundo
igualitário e pacífico onde todo(a)s possam ir i vir enquanto cidadã(o)s.
Como me identifico com sua crítica. A inclusão efetiva dependem de pessoas como você. Parabéns
ResponderExcluirDina,
ResponderExcluirAo visitar o seu blog, temos a vontade de passear nesse imenso campo verde... Ao comparar com a educação (presencial ou a distância) tais árvores desse campo poderá dar bons frutos ou secar, a depender das condições (solo e climáticas)... assim é a educação ou o futuro dos nossos educandos (especiais ou não)..
Parabéns! Roseane Rapôso